quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Ailanto

Ontem vi um ailanto nascido
Entre a parede e o passeio
Pois sem qualquer hesitação
Nasceu mesmo ali no meio,

E não é que parece tratado
Com desvelo e atenção?
E até tem uma caldeira
Para já pequena, pois então,

Pois bem alto há-de crescer
E mesmo que o tentem cortar
As raízes, que já vão fundo
Tiveram tempo para escavar,

Volta sempre a rebentar
E quando sementes deitar,
Podem bem acreditar
Que uma série de ailantos
Hão-de ter que arrancar,

Quando enfim souberem
Que trinta metros atinge
Pela sua actual dimensão
O pujante viço não finge,

E daqui a alguns anos
Talvez no está para vir
Para o retirarem dali
Terão que o prédio demolir…

29-8-2019 – 15.30

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