Ontem vi um ailanto nascido
Entre a parede e o passeio
Pois sem qualquer hesitação
Nasceu mesmo ali no meio,
E não é que parece tratado
Com desvelo e atenção?
E até tem uma caldeira
Para já pequena, pois então,
Pois bem alto há-de crescer
E mesmo que o tentem cortar
As raízes, que já vão fundo
Tiveram tempo para escavar,
Volta sempre a rebentar
E quando sementes deitar,
Podem bem acreditar
Que uma série de ailantos
Hão-de ter que arrancar,
Quando enfim souberem
Que trinta metros atinge
Pela sua actual dimensão
O pujante viço não finge,
E daqui a alguns anos
Talvez no está para vir
Para o retirarem dali
Terão que o prédio demolir…
29-8-2019 – 15.30
Sem comentários:
Enviar um comentário