Tu
Com esses cabelos castanhos
Que me fazem viver por ti
Sem eu saber porquê…
Tu
Que emocionalmente me nutres
Dia a dia
E me fazes crer…
Tu
Que secretamente és o fim e o devir
De todos os meus fins
Tu e a tua voz impessoal…
Tu
Que talvez nunca terei
Nunca possuirei,
Por seres tão minha
Tão meu amor
Existindo só por si…
Não olhes para mim
Não me sintas, não me vejas
Deixa-me…
Deixa-me apaixonar por ti
Nos recônditos do que é gostar
Em todos os sentidos
Amar…
Se um dia puder fazer um sol
Quero que tenha a luz dos teus olhos negros
Com planetas abundantes como o teu cabelo…
Plenos de vida e morte
Como tu…
1988
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