A saúde tecnológica
Sai aos borbotões
Das goelas (não muito abertas)
Do receptor de TSF
Ao meu lado direito,
Das fotografias fetiches
Ao meu lado esquerdo
Emanam vibrações sublimes, subtis,
Acima de mim o teto amarelo
Indefine-se claramente,
Abaixo de mim o colchão!
Macio e suave
Feito de algodão,
Atrás, a parede
Uma plataforma útil
Que cumpre o seu dever,
À frente, perfumes, candeeiros
Camisolas, fotografias,
Tábuas, cinzeiros
Amalgamados na sua função:
A confusão!
No meio, eu, o tema
Razão de ser de todo este poema.
1977
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