O poder da desilusão
Do ponto de não piedade
Dá mais força, mais intenção
À concepção da verdade,
Solidão sem companhia
Às vezes espelhada no chão
No empedrado molhado
De singela marga a visão,
As concreções de sílica
Estão mais vivas, mais visíveis
Nos milhares ou milhões
De humanos anos impossíveis,
De fino cristal a textura
Dureza firme e concoidal
Só o faz-tudo as afeiçoa
Ao empedrado sequencial,
E as intrusões bandeadas
Reflectem as nossas vidas
Por vibrações trespassadas
Inertes, estáticas, sofridas,
Pedaços de pedra partidos
Dispostos em geometria
Arte que pisamos, alvo
Dessa espantosa magia.
19-11-2019 - 13.05
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