Rebentei as águas no papel
A parir as mágoas aplaquei
Livre das palavras já previstas
Fui a horizontes que divisei,
Sondei a alva cor do papel
Que poderia lá ser escrito?
O momento que se passa
Ou o rol do mais que dito?
Assim vou preenchendo
Seguindo linha após linha
A palavra que vai crescendo
Uma filha que é só minha,
As musas como que são
Abastada paleta de escrita
Pintam as páginas de palavras
Para um louco que acredita,
Que alguém que já escreveu
Não desistirá de escrever
Quando a poesia o possuiu
Já nada mais há a fazer,
As páginas em branco
Sempre um desafio serão
E as linhas que forem escritas
Serão sempre objecto de revisão.
12-3-2013
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