Deixa lá Daniela
Se tudo te corre mal
Eu, não me sentindo bem
Desempenho um papel real,
Não tenho duas vidas
Nem um cadáver comigo
Mas só com a tua ajuda
Comer melhor consigo,
És pequenina, eu sei
Mas és uma grande mulher
Jóia oculta numa pedra
Daquelas que ninguém quer,
Não gostas de ti, eu sei
Achas-te feia, malfeita
E só para seres aceite
Sofres tanta desfeita...
Não seres da família
Seres uma criada qualquer
A quem se dirige a palavra
Quando rebaixar se quer,
É coisa duma alma torpe
Que nada mais conhece
Além da tirania feudal
Em que ainda permanece,
Esquecem todos que tu
Tens filhos, és mãe
És filha, avó, amiga
Sei como praticas o bem,
Não te rales Daniela
Não tenho vergonha de ti
És minha amiga, irmã, musa
E algo mais que eu já vi...
Quando te vejo a chorar
Triste com a tua vida
Quero sempre abraçar-te
Pois para mim és querida,
E sei o quanto um abraço
Uma atenção, um carinho
Pode abrir um sorriso
Nesse choroso palminho...
E quão meiga podes ser
Que carinhos podes dar
Por isso, gostava um dia
De ao teu lado acordar,
Nem que só dormindo
A noite passássemos
Acordávamos bem melhor
Se nisso apostássemos....
Tu ias para a cozinha
Fazer o pequeno-almoço
Eu abraçava-te...ali...minha...
Desprovidos de alvoroço...
E como gostava de te ver
Morena, como tu és
Conhecer essa mulher
Da cabeça até aos pés...
Uma dia, vou abraçar-te
Numa escada: porta aberta...
Quase aposto que gostavas
Que eu te levasse à certa....
22-11-2019 - 00.05
Sem comentários:
Enviar um comentário