quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Bastardia


Mais uma manhã de sol
Mas chegará o seu calor
Para derreter a geada
Duma noite fria de dor?

Haverá encantamento
Bruxaria, passe, feitiço
Que logre promover
A tua ida, o teu sumiço?

Porque deambulas aqui?
Este não é o teu lugar...
A tua alma que tresanda
No inferno tem que estar!

Sim, porque a que fizeste
Razões não tem para ser
É uma isolada guarita
De onde disparas, sem ver,

Só, de arma na mão
Atiras sempre a matar
Mas a pontaria que tens
Deixa muito a desejar,

A maioria das setas
Que atiras por atirar
Vão a ti dirigidas
Em ti se irão cravar,

E o tua apontadora
Só te guia a pontaria
Porque lhe serve a tua
Endurecida iguaria...

E as queixas dos alvos
Pelas flechas atingidos
Serão os coros de fundo
No teu inferno, e merecidos,

Não, tu não és humano
Nem planta nem animal
Esses são filhos do infinito
E não bastardos do mal!

20-11-2019 - 10.35

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