Dos que sonham os arquétipos
Virão os conhecimentos
E as informações
E todo o universo se revelará
Perante o seu diáfano,
Ocultos no mineral
Verão o que há para ver,
Os que vêm,
Da sua solidão nascerá
Uma nova situação,
Pode a nossa mente
Ir do macroscópico
Ao microscópico?
Tudo indica que sim,
Eu vou,
Nas planícies da minha cama,
Como grãos de areia
Os atributos do paraíso
Perdem-se no entre da teia
Do processo e do juízo,
Na procura programada
Dum sonho que não acabei
Retomo o fio na almofada
Do enredo que sonharei,
Crio na cama uma caminha
Reencontro o calor ainda quente,
Na posição que já tinha
Tão morna, aconchegadinha
Que lá voltar até se sente,
Foi só um intervalo
Entre o ir e o voltar,
A bem dizer não me ralo
Aguardo outra noite a vir,
Um reduto, um contraforte
Onde a sonhar, a dormir,
Organizo a grande festa
Da vitória sobre a morte,
Não se distingue o limiar
E obtemos da natureza
A firme e alegre certeza
Que o amanhã vai despertar,
Penetra pela janela
A subtil claridade,
E esperamos sempre que ela
Possua lá dentro dela
Aquela secreta verdade,
Contida na louca mentira
Que aquela luz insidiosa
Vinda do sol seja da pira,
Onde arde crepitosa
Queimada, enegrecida
A treva da nossa vida.
30-1-1988
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