Vós que agora nasceis
Prestai bem atenção,
Nós também sonhámos
Nós também pensámos
Vencer por ter a razão,
Que tudo íamos mudar
Com essa força a crescer,
Quando a gente lá chegasse
Quando a gente se sentasse
Nas cadeiras do poder,
Mas os chefes do mundo
Magnates desconhecidos,
Há mil anos instalados
Não querem ser afastados
Estão muito bem protegidos,
Os ministros das nações
Por eles manipulados,
Em todas as leis que fazem
Muitas benesses lhes trazem
Por terem sido nomeados,
De geração em geração
Aperfeiçoando o esquema,
Eis que a ciência avança
Aperfeiçoando a matança
E resolvendo o problema
Que o povo lhes levanta
Cada vez que acordando,
Do programado torpor
Vê com espanto e horror
O cerco mais apertando,
Todo o dinheiro do mundo
Às mãos lhes vai parar,
E as migalhas que oferecem
Nunca delas se esquecem
Como imposto as vão buscar,
Notai bem os impérios
Erguidos na escravidão,
Pelas armas e com guerras
Vão roubando as terras
E instalando a servidão,
Vós que agora nasceis
Lutai por daqui partir,
É um mundo de má sorte
Assombrado pela morte
Sem esperança de sair,
Passai sem deixar marcas
Deixai tudo como está,
Para outros descobrirem
Que o melhor é fugirem
Pois esperança não há,
É um colégio interno
Uma prisão exemplar,
Um sítio de sofrimento
Onde o maior tormento
É pela morte esperar,
Os anos que vão passando
Com o dia a dia cansado,
Pouco a pouco enfraquecem
Os novos que envelhecem
A cada projecto adiado,
Quando já tarde a verdade
Acaba por se descobrir,
É tarde para mudar o passado
E com o futuro programado
É impossível fugir…
20-1-2006
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