Neste papel que me deste
Escrevo com todo o prazer
Palavras que te são dedicadas
Como eu posso e sei fazer,
Poesias que de ti vindas
São depois por mim paridas
Tal e qual a mãe que és
Nascida de tantas feridas,
E assim escreverei sempre
Pois que a isso sou levado
Pela solidão em que vives
Fria, como píncaro gelado,
E do pinheiro de Natal
Uma bola pende, partida
É a que lá penduraste
Como se fora a tua vida,
E afinal de contas partiu-se
Perdeu o fulgor que tinha
Era uma bola de Natal
Mas que a partir-se vinha,
Mas aquecendo os pedaços
Dessa bola estilhaçada
Talvez se acenda a Estrela
No firmamento anunciada...
Natais de tristeza nua
Época de frio e solidão
Vale-nos só o Solstício
Prenúncio doutro Verão...
20-11-2019 - 21.15
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