sábado, 2 de novembro de 2019

Damasceno Monteiro

Foi na Damasceno Monteiro
Um eminente jurisconsulto
Que em outubro nasci
Num aparente indulto
Mas cedo enveredei
Pelos trilhos do oculto,
(Nunca me embeveci
Pelas sendas do direito
E se no direito trabalhei
Foi porque assim me achei
A facturar e fazer jeito),
Mas eis que a nora retoma
O seu girar infinito
E tantos anos passados
Os alcatruzes olvidados
Vêem à luz, requisitados,
E do Direito tenho dito
Que a mente é coisa caseira
Que gosta de tudo arrumado
E o círculo só tem um lado
E uma sò escolha: a primeira,
Ao passo que no Direito
Que é todo quadrangular
Há que seguir o preceito
De a natureza engradar
E no viver da humanidade
Implementar essa grade
Para a poder dominar,
Mas se é para decorar
Para saber de cor as leis
Contem aqui com o rapaz
Pois bem falta lhe faz
Uns bons contos de reis,
Deixa de parte a cabeça
Com a barriga passa a viver
Vai numa vida burgessa
Até que por fim mereça
Ter algo para comer,
E olha a erva dos campos
Com o estômago atulhado
De comidas inventadas
Em expedições falhadas
Num viver desesperado.

Devo à Damasceno Monteiro
O facto de lá ter nascido
De ver a cidade das alturas
Em brincadeiras e travessuras
E ali, muita coisa ter vivido.


  2-4-2012

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