Foi na Damasceno Monteiro
Um eminente jurisconsulto
Que em outubro nasci
Num aparente indulto
Mas cedo enveredei
Pelos trilhos do oculto,
(Nunca me embeveci
Pelas sendas do direito
E se no direito trabalhei
Foi porque assim me achei
A facturar e fazer jeito),
Mas eis que a nora retoma
O seu girar infinito
E tantos anos passados
Os alcatruzes olvidados
Vêem à luz, requisitados,
E do Direito tenho dito
Que a mente é coisa caseira
Que gosta de tudo arrumado
E o círculo só tem um lado
E uma sò escolha: a primeira,
Ao passo que no Direito
Que é todo quadrangular
Há que seguir o preceito
De a natureza engradar
E no viver da humanidade
Implementar essa grade
Para a poder dominar,
Mas se é para decorar
Para saber de cor as leis
Contem aqui com o rapaz
Pois bem falta lhe faz
Uns bons contos de reis,
Deixa de parte a cabeça
Com a barriga passa a viver
Vai numa vida burgessa
Até que por fim mereça
Ter algo para comer,
E olha a erva dos campos
Com o estômago atulhado
De comidas inventadas
Em expedições falhadas
Num viver desesperado.
Devo à Damasceno Monteiro
O facto de lá ter nascido
De ver a cidade das alturas
Em brincadeiras e travessuras
E ali, muita coisa ter vivido.
2-4-2012
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