As coisas revoltam-se
Com muita facilidade
Ajudadas pelas forças
Das quais a gravidade,
Desempenha um papel
Quiçá preponderante
As coisas caem no chão
E somem-se num instante,
Levadas pela embalagem
Pelos cantos se escondem
E mesmo que as chamemos
Claro que não nos respondem,
Vão no esconderijo passar
Dias, meses, anos, quem sabe
Talvez nunca encontradas
E sua procura nunca acabe,
Já tive casos desses
Como este de agora
Em que guardei algo
E saí pela porta fora,
E agora não me lembro
Onde é que pus aquilo
Não que me faça falta
Mas eu não tenho um quilo…
Revoltam-se as coisas
Contra o nosso domínio
E com elas o acaso brinca
Entre as dobras do fascínio,
Como desaparecem lestas
Escondidas à nossa frente
E procuramos horas, dias
Mas nunca o suficiente,
Quando elas quiserem
Ou o acaso lhes dite
Lá apareçam por fim
Como se por convite…
Pois entretanto operámos
Na equipa a substituição
E agora temos um par
E um dilema em decisão,
Eu já comprei um cabo
E tinha outro sem saber
Fui a correr e comprei-o
Para nenhum uso vir a ter,
Pois o outro encontrei
Pendurado atrás da porta
Tal como devia estar
Mas disso fiz letra morta...
Ainda tenho por encontar
Uns 20 paus de placa
Há mais de dois anos
E ainda a ideia me ataca...
De encontar a tal coisa
Que me desapareceu
Para ficar de reserva,
E na reserva se escondeu,
Tenho pois uma reserva
Para quando não há
Mas o pior é que a guardei
E não sei onde está…
7-8-2019 – 18.32
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