Ah a vastidão do céu
Tanto nos faz suspirar
E na nossa pequenez
Por esse infinito ansiar,
O seu existir profundo
Negro à noite azul de dia
É uma verdade real
Uma prova da magia ,
De que estamos rodeados
Pese embora não notemos
As maravilhas da vida
Da maneira que queremos,
Mas se troveja e chove
Num dia frio e cinzento
Temos fé que a borrasca
Seja levada pelo vento,
Cai o negrume da noite
Tempo do sono e do sonho
E lá fora uiva o temporal
No seu vergastar medonho,
Vem o sono e a partida
Para a viagem surpresa
No mundo desconhecido
Da interior fortaleza,
Como é tudo diferente
Nesse mundo sonhado
Onde vamos inseguros
Noutro corpo ignorado,
E de manhã regressados
Despertamos à chegada
E olhamos a vida de novo
Pela aurora iluminada,
E é no fundo de nós
Não no mundo material
Que alcançamos que tudo
É absolutamente real,
O infinito desejamos
Recordados ou esquecidos
Vagueamos atormentados
E com certeza perdidos,
Só em momentos sublimes
De esotérica ausência
Vislumbramos de relance
Reflexos da existência...
27-3-2007
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