Até quando verei o mundo
Por através destes olhos?
Até o barco em que navego
Se desfizer nos escolhos...
Singro apesar da corrente
Mareio à bolina na vida
E pese embora este vento
Não tenho a vela recolhida,
Entre marés e tempestades
Lá vou no barco deslizando
Através dos mapas o rumo
Com a régua vou traçando,
Neptuno vai-me indicando
Os pontos de referência
A rota vou compensando
Das correntes a divergência,
Não sei qual é o destino
Mas o oceano me mostrará
E como descendo dele
Por certo bom-porto haverá
Sou marinheiro da vida
Respiro a água e o sal
Maresia do fundo mar
Na profundura abissal
Sou marinheiro da vida
Pelas vagas embalada
Foi do sol e do salitre
Esta minha pele tisnada
E neste barco onde vou
Sou só eu a tripulação
Vou manobrando o leme
E o infinito é o capitão.
15-8-2019 - 15.29
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