Nunca existe um tempo especial.
O tempo existe: é.
Apenas porque memorizamos o passar dos momentos.
(Que passam a fazer parte dos nossos arquivos, e que revemos a nosso belo prazer)
As diversas entidades experienciam os momentos, recolhendo para si a sua quota parte da vida (o momento que passa).
Assim, nada é porque vai ser, ou é porque foi.
Inúteis pois, as histórias, senão no seu âmbito lúdico, ou a demonstração da dominância do tempo, a que chamamos nosso…
Nada no fundo é nosso, pois é muito mais absorvente a realidade circundante, onde usamos energias emprestadas, obedientes, caladas.
Que no sonho vivemos, acalentado e mimado, (querido e confortável como um ninho) vivendo desta forma na ilusão.
- Revemos os nossos arquivos a nosso belo prazer, brincando como com o Lego
- Fazemos um castelo das peças (e aí está uma construção) que apresentamos em público.
- A audiência já tem os seus próprios castelos e cada um está mais interessado no seu do que no nosso.
- Lamentamos no fundo que as cores do nosso Lego não demonstrem o real valor da nossa pessoa.
Outrossim iludidos, no dia a dia €€€€...
E tem que ser…
Mas…
Nunca existe um tempo “especial”, especial porque o vivemos, ou tem algo a ver connosco ou com algo ou alguém próximo a nós.
Todo o tempo é tempo sem “especialidades”.
(A velocidade a que a memorização dos momentos é processada está na razão directamente proporcional à intensidade da emoção com
que vivemos o momento que se memoriza e consequentemente à frequência a que foram gravados).
A intensidade com que vivemos o momento regula a velocidade da memória e quando acompanhamos o relógio, o momento é directo…
Olha imparcialmente:
A pedra
A planta
O animal
E tu mesmo
Em suma, de tudo dessa análise profunda surgirá algo.
Guarda-o.
1995
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