Se eu te pudesse levar
Aonde tu já estiveste
Levava-te lá comigo
Pela mão que tu me deste,
Não é todos os dias
Que se encaixam tão bem
Duas almas que se riem
Do riso que o mundo tem,
Se me deixasses arrancar-te
Das garras que o mundo tem
Podíamos ser como somos:
Pessoas que se dão bem,
Vinham-nos as tais ideias
Para que a gente se risse
E festejávamos os dois
Se a sorte nos sorrisse,
Mas as cadeias são fortes
E não sei se há elos fracos
Talvez um elo mais frágil
Se parta no chão em cacos,
Vejo-te agora a meu lado
Agasalhada do frio
Cheirando o mar salgado
Na amurada dum navio,
Os nossos corpos astrais
Não foram do mesmo ano
Mas ambos partilhamos
Da arte em nós o arcano,
Onde nos recarregamos
Da fraqueza das baterias
E a quem no fundo damos
Graças por estes dias,
Que durem enquanto podem
Cá estamos para os viver
E se os passarmos juntos
Mais arte havemos de ter…
12-7-2019
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