terça-feira, 29 de outubro de 2019

Musa #568

Foi bom enquanto durou
Vivendo a ilusão do amor
Esse ilusionista da vida
Que me fez mais um favor...

O meu amor resguardou
Para alguém que o mereça
E não por troca com algo
Que com o amor se pareça,

Amor por conhecimento
Seria uma justa troca até
Mas envolve duas balanças
Pois que absoluta não é,

De Osíris o tribunal
Por mais antigo que seja
Com justiça deu a sentença
Que o amor guardado seja,

No entanto, vê lá tu
O amor ainda está vivo
Em cada poesia que faço
Em cada novo motivo,

Abarcar da poesia o todo
Pelo amor aglutinada
É viver um amor eterno
Até que termine a jornada,

Nada o pode substituir
Nem uma cósmica beleza
O amor em mim subsiste
Já pressenti essa certeza,

Vou continuar a escrever
Sobre o amor que sinto
E neste sóbrio fascínio
Sincero, sei que não minto,
 
Acordo para escrever
E resolver esta questão
Ter coração que resista
A uma sedutora ilusão,

Continua por cumprir
Como todos nós sabemos
O mito do eterno retorno
Que todos viver queremos,

Pôr o centro no meio
Do fulcro ter a posição
Da alavanca cósmica
Que impele o coração,

Inteligência e sabedoria
Nos sefirots se equilibra
Dois lados no mesmo arcano
Que em uníssono vibra,

E como a verdade é precisa
E essa obra nos compete
Ficamos os dois assim:
Tu a dama, eu o valete,

De novo grato ao infinito
Que me mostrou a verdade
O amor supremo é atingido
Para lhe dar a liberdade...

E já agora vê lá se topas
As cartas que foram dadas:
A ti a dama de copas
A mim o valete de espadas…

25-8-2019 – 06.25

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