Uma circunspecta feiticeira gaélica poderia instruir-me
Nos processos condutores a controlar o azoth astral
E levar-me a subir aos cumes da consciência imaterial
Sublimando a expulsão natural da essência seminal,
Um xamã beduíno ao pôr do sol no deserto
Lançando os os ossos desenhar sufísticos arabescos
Guiando ocultamente o curso dos destinos burlescos
Conferindo à vida e à morte o devir mais certo,
Recolheria nos mosteiros do monte Athos
A interpretação dos austeros cantos gregorianos
Extrapolando das vidas solitárias dos anacoretas
As experiências transcendentalmente secretas,
Embeberme-ia a mim mesmo numa bola de luz astral
Atingindo aquele mundo veloz para além do real
Procurando e penetrando nos domínios do transcendental
Alimentado pelo desígnio da feiticeira primordial,
Invocar a Gautama Buddha as quatro nobres verdades
Guindar-me gloriosamente para lá das mais remotas idades
Terminar os ciclos eternos de Maya e então repousar
No nirvana eterno e presente no aqui e agora a observar…
E eu deleitado na tua ideia
Sereia, ninfa que permeia, bem real,
Obstando ao meu caminho de busca espiritual,
Pondo à prova o recipiendiário da iniciação,
Protelada, esquecida, por bem, em vão
Nas gavetas fechadas da conscencialização
Cujas chaves reais coabitam
Com as emoções que ditam
O pulsar do meu coração...
1976
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