Estas questões antigas
Acabam sempre em duelo:
Não vais escolher a espada
Nem eu prefiro o cutelo,
Vivendo na Idade Média
Embora pareça que não
Tem que haver um herói
Para convencer o vilão,
A não persistir em foder
A vida desta e daquele
Daquela ou daqueloutra
E se alguém o faz, é ele!
Não faço mal a ninguém
Talvez excepto por existir
Se o meu existir te chateia
Também não me faz fugir,
O meu dinheiro é tal o teu
Serve-nos para se gastar
E se podes gastar mais
Inveja não quero albergar,
Gasta lá o teu dinheiro
Junto com o teu paleio
Espero que comas bem,
E fiques de papo cheio,
Talvez fiques mais mole
E nestes duelos modernos
Dâo-se ao rival problemas:
Uns problemas internos…
Por isso vê lá tu bem que:
Mesmo logrando acordar
Como podes tu dormir?
Como podes tu sonhar?
Para isso é preciso ter
Noções de impecabilidade
Mas isso é o que tu não tens
E sabes bem que é verdade...
Para que queres amizades
Criadas por interesse, só...
Deves pensar que os outros
Andam todos a fazer ó ó…
Quem pode confiar em ti
Se tu atacas à traição?
Foi para isso que te serviu
Recorda-me lá...ser capitão…?
O guerreiro tem que saber
Respeitar o seu inimigo
Para não cair em ciladas
Nem se achar em perigo,
E aí confesso, fui eu
Que não me pus a pau...
Eu é que desconhecia
O que tu és, és mau…
És tu o próprio a dizer
Que tens “mamar de cobra”
Mas afinal o que é que mamas?
É do estica ou do não dobra?
Vê lá se te assumes
E o mais depressa possível
Pois ter conflitos internos
É um problema difícil…
Tão difícil que chega
Em lugar de resolvido
A ser patológicamente
A doença promovido,
À medicina vai caber
A normal incumbência
De resolver o conflito
Com a habitual eficiência:
Meia dúzia de “tremoços”
Ao almoço e ao jantar
Resolvem-te o problema:
Vais-te logo deitar...
E assim não perambulas
Entre o aqui e o acolá
Deixas-te estar quietinho
Que melhor coisa não há,
Para ti e para os outros
Que estão fartos de aturar
Os teus cabelos brancos
A esvoaçar, a esvoaçar...
Mas voltando ao duelo
E sem o querer apressar
Vamos lá a ver das armas
Que escolhemos utilizar,
A minha arma é a pena...
Qual é a tua? Quero saber...
Já sei: É o cartão de visita!
Que mais poderia ser?
Vê lá que já avancei no duelo
E escrevi estas linhas todas
Podes até elogiar-me por isso
Mas eu quero é que tu te fodas!
1-9-2019 – 21.40
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