Assombra-me desnorteado
O fantasma desse amor,
Esse amor imaginado
Nutrido, belo, desvelado
Sublime no seu penhor,
Desnorteado pois não sabe
Que no céu uma estrela brilha,
Que nunca sai do seu lugar
À sua volta, veloz a girar
O sideral carro a via trilha,
E a dor de ver o fantasma
Implorando por clemência,
Dói-me mais que a dor
De ver perdido o amor,
De perder a sua essência...
O amor assegura, delega
Porque tem confiança,
Tem a certeza de amar
De se poder entregar
A essa bem aventurança,
Nunca tal me aconteceu
Apenas esboços e sinais,
Um aqui, um outro além
Parece não haver ninguém
E eu, às vezes não posso mais,
Convenço-me contrafeito
Que o trabalho está acabado,
Mas a dura realidade
É que da exibida verdade
O manto está esburacado,
Vêm-se aqui e mais além
Lacunas de consistência...
Saltitando pela vida
Bicos dos pés, perdida...
Uma dor de consciência...
Para mim que tanto gostei
De um dia a ter conhecido,
Vale o amor por esse dia
Descrevi-o e escreveria
Poemas de amor perdido,
Pois que até já os escrevi
Prenúncios de actualidade,
Oráculos da musa Erato
Apresentados com o tacto
De uma semi-divindade,
Muito a Erato agradeço
A noviça que me apresentou,
Deu bem conta do recado
Estou muito mais inspirado
O seu trabalho acabou...
31-10-2019 - 21.00
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