Sem génio de ortografia
Sem espírito de alfabeto
O português como seria?
Talvez mesmo um dialecto…
Sem regras gramaticais
E consequente memória
Com erros cabais seria escrita
A sublime e excelsa história,
Como te veriam, desnuda
Ditosa Pátria assim amada
Se não fosse o tal Lusíada
Que a revelou mas velada?
E achou-se enfim um ditoso
Laureando a sua arte
Nos Olivais, estudante zeloso
Em gramática, génio à parte,
E quem poderá ser? Sim, quem?
Tal cuja arte já famosa
De discursar, de dirimir
É ortografia alegre e vaidosa?
Péricles actual, no discursar
Sua obra prima é poder
O português dominar
Sem o português saber,
É conhecido de todos
Hoje faz anos e se
Todos souberem ler
Vai tudo saber quem e.
10-11-1981
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