domingo, 27 de outubro de 2019

Musa #176

Castanho, castanho e castanho
É assim que eu a vejo vivendo,
Ouço chamarem-lhe Susana
Na sua trabalheira mundana
A que você vai atendendo,

Para mim o seu nome é feliz
Mas só deveria ser usado,
Por quem sabe como dizer
Esse nome que que faz reviver
Esse castanho tão acastanhado,

O infinito marcou o momento
Em que trocámos impressões,
Foi há já muitos anos atrás
É o que a memória me faz;
Guardar essas recordações,

Depois do tempo passar
O infinito ma fez encontrar,
Para usufruir só de a ver
Falar consigo e perceber
Quão alto nos pode levar,
Não lhe poderia confessar
Todo o afecto que lhe tenho
Mas todos os dias desejo
Ter a benesse dum ensejo
De ver esse cabelo castanho…

De a amar como nunca amei
De viver para si, bendito amor,
A que o tal Cupido apontou
E o meu coração trespassou
Para que eu sentisse essa dor,

Gosto tanto do seu nome
Na minha alma gravado,
Tenho medo de a encontrar
Mas apenas consigo desejar
Vê-la real, ali ao meu lado,

A colocar a mala de lado
Olhando para mim esperando,
Uma conversa que a transporte
Para além da vida e da morte
No entrementes dialogando,
Abençoada aonde esteja
Por muito longe que seja
Tem mantido a minha calma
Tem-me alimentado a alma
Tem-me dado aquela cereja,

Mas eu tenho muito medo
De a perder e de a ganhar,
Você acordou o meu peito
E o seu cabelo tem o jeito
De me poder conquistar,

Há forças que lutam em mim
Que a têm como objectivo,
Já que pouco tempo tenho
Render-me a esse castanho
Talvez me mantenha vivo,

E como sou um homem
Você seria a única razão,
Que me levaria a viver
Esta vida de só conhecer
A sua presença na solidão,
Doce Susana, em castanho
Uma mulher que me deleita
Vejo-a e rendesse-me o coração
E se pudesse, porque não?
Seu ser tanto a mim se ajeita...

Escrevo tanto sobre si
Que só me dá de si pensar,
Em teoricamente a possuir
É um desejo de por si sentir
Mas tendo medo de a afastar.

7-2-2016

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