Com que então o hip-hop
O rap e outras porcarias
Precisam de mais abertura
Portas abertas, como dizias?
Para que essa merda se oiça
Como música evoluída
Cuja principal atribuição
É a mensagem transmitida,
Quer dizer: tudo o resto
Não passa de um excipiente
Que permite a apresentação
Deste envenenado presente,
As samples com que fabricam
Esta infame mistificação
São a caixa das ferramentas
Da sua imensa frustração,
Só lhes servem para lembrar
A preguiça e falta de jeito
Para se dedicarem à música
Quando a quiseram no peito...
Mas como custava muito
E até já tinham o boné
Do baseball americano
Pensaram: - Vão ver como é!
Não vamos perder tempo
A música é tempo a perder
Vamos já é fazer dinheiro
Começar isso a aprender,
Com o boné, as calças caídas
E o gorro que oculta a cara
Telemóvel, coluna de som
Compõem uma figura rara:
Um bando de parvalhões
Que nada mais sabe fazer
Que dizer mal de tudo
E o dinheiro ir recolher...
Doutros parvos que os seguem
Completamente fascinados
Pela ofuscante luz negra
Dos hipohoporapoiluminados,
Julgam que enganam quem?
A música sempre existiu...
As músicas não têm tempo
O tempo delas desistiu...
Gravadas na eternidade,
Da verve das nossas musas
Nunca serão esquecidas
As harmonias profusas...
Vocês já ouviram falar
Da harmonia das esferas?
Já sei qual a resposta:
- O que são isso? Quimeras?
Quimeras, vos digo eu
São os vídeos difundidos
Das hip-hópicas confusões
Nos ambientes envolvidos...
Eu, como tirei o chip
Não vejo os vídeos assim
O cenário é o Jurássico
Dos sáurios longe o fim:
É um pesado dinossauro
Que o chão estremecendo
Caminha alternadamente
Dos passos, o ritmo fazendo,
Depois com banda sonora
E meia dúzia de figurantes
A dizer umas cavalidades
Pobres, desinteressantes...
E aí temos o filme real
O verdadeiro que vão fazendo
Uma superprodução mundial
E o actor escolhido é horrendo!
Ah, e já agora queria saber
Qual desses monstros modernos
Vocês aceitariam que “musicasse”
Nos vossos aposentos internos?
29-9-2019 - 13.15
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