Diz-me lá tu ó Ary
Desse lugar onde estás
Onde foste procurar
A verve que a glória faz...
E fez quando vivias
E escrevias no papel
Tudo aquilo que sentias
No teu leito de dossel,
Grande parte do que sou
Como poeta assumido
Foi por ti inspirada
Naquele poema sentido...
A “Arte peripoética”
Nunca mais me esqueço
Continua bela e nova
Ao passo que eu envelheço...
Fala-me desta catadupa
De palavras aos borbotões
Que saía de ti e de mim sai
Tal vagalhão de emoções...
Pois sabes, meu caro Ary
Quando li o teu poema
Podes acreditar que vi
Da minha vida o tema,
Só que não percebia
Onde ele tinha mexido
E passou muito tempo
Até o ter conseguido,
Foi no coração, digo eu
Pois outra chave não temos
Para abrir aquela porta
Da qual a poesia bebemos,
Esse onde que eu já vi
E tanto me fez chorar
Por isso agora imagino
O que te ocorreu pensar,
Atónito, tal como eu
Face aos poderes da musa
Ou do muso se quiseres
A questão ainda é confusa...
Seja lá isso como for
O que o gajo nos fez
Acho que foi levar-nos
A conceder-lhe a vez,
Para dizer o que quiser
Como eu dizer já fiz
Ele escreve o que quiser
E bebemos o que ele diz,
Faz-nos viajar com ele
A musa por companhia
E não podia ser melhor
A musa que me assedia,
Não fossem outras haver
E o que escrevesse seria
Tudo a esta dedicado
Em profunda parceria,
Nunca tive mais bela
Mais rica e apaixonante
Musa como ELA
Esta musa debutante,
Aqui no meu repertório
De musas à disposição:
Um coração partido
É colado com paixão...
E é isso que me diz
O Ary da sepultura
Para escrever poesia
Poesia da pura e dura...
1-10-2019 - 18.40
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