domingo, 27 de outubro de 2019

Cereja

Você é mesmo bonita
Radiosa, flamejante
Parece mesmo um sol
Um sol que não está distante…

Ofereci-lhe as cerejas
Pois quando você me olhou
Foi como se visse uma tela
Que a sua luz pintou…

Queria dar-lhe cerejas
Do fundo do coração
Você olhou para cima
E eu, a tremer senti o chão...

Nunca a tinha visto
Até àquele episódio
E peço que me desculpe
E não sinta por mim ódio…

Pois veja bem que fiquei
Sem saber o que fazer
Como na rua lhe falar?
Como na rua lhe dizer…

Sei bem o quê: perguntar
O seu nome para saber
Como se chama esse sol
Que irradia por viver,

Com tão boa vibração
Que logo reconheci
O élan que de si emana
E que eu já outrora vi,

Aquando do Raja-Yoga
Do guru Maharaji
Que a vibração cósmica
No seu ashram percebi,


E você, sem saber, evoca
Esse néctar subliminar
Aquela doce beatitude
Que eu pude experimentar,

Mas nem sei quem você é
Se calhar é uma iniciada
Uma alquimista discreta
Ao seu crisol dedicada...

Não sei, pois já divago
Na expectativa de a ver
Oferecer-lhe estas linhas
E pedir-lhe para as ler...

Peço de novo desculpa
Mas seu nome devo saber
Para poder com certeza
A sua graça enfim dizer...

Olhos castanhos gentis
Face pulcra de felina
Talvez até nessa meninice
Haja uma ponta ladina...

Sempre que a vejo
Sinto que devo dizer
Aquilo que penso que é
Nem saber se quer saber…

Também a vi cabisbaixa
Isso não posso negar
Mas isso em si não encaixa
Não é esse o seu lugar...

Mas saiba que até gostei
Quando fez aquele ar sério
Como se da sobriedade
Você tivesse o magistério...
 
Tudo isso em si eu gosto
Queria tanto conhecê-la
Poder dizer-lhe bom dia
Nos dias de poder vê-la...

Não sei o seu nome
Ainda mal a conheci
Mas chamo-lhe cereja
Pois gosto de si…

Meu fruto preferido
A beldade está em si
Cerejeira que floriu dando
A cereja que em si vi…



9-8-2019 – 18.04

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