Quebrada da friura
A água as mãos não gela
Temperada da mistura
Dela com ela,
Uma fria, outra quente
Fazem a água morna
Mas passado o tempo
À sua frieza torna...
Isto claro, no Inverno
Pois se for no Verão
Água fresca sabe bem
Pois retarda a combustão,
A combustão lenta
Mais lenta ainda fica
Atrasa o passar do tempo
Terapia simples e rica,
Quando vou ao oceano
Deixo-me sempre molhar
É como um apelo de pai
Que nos deseja abraçar,
Como um filho tornado
À casa que o viu nascer
Gosto da água do mar
Dá-me força para viver,
Recarrego as baterias
Sinto-me mais refeito
Pronto a enfrentar o estio
Mais são e mais escorreito,
Mas não vou ao mar cruel
Imberbe, de peito aberto
Muitos que vão ficam lá
A morte ronda ali perto,
E a água na sua friura
Só tem para a aquecer
O nosso próprio calor
É só dar, não receber,
Mas sabe tão bem brincar
Na água como uma criança
Pôe-nos às vezes em estado
De bem aventurança...
E a par da água salgada
O areal e o ar
Convidam a maresia
Para em casa vir morar,
Até se tomar um banho
De água doce na banheira
E lá se arrastam os sais
Da pele que a mar cheira,
Fica o corpo relaxado
Mais pronto para dormir
Com o sono reparador
Que o mar quis sugerir,
O corpo durante o sono
Recupera plenamente
E ao acordar a noção
Do oceano está presente,
E se for em férias então
À praia se vai voltar
Ofertando em libação
O nosso amor ao mar...
25-10-2019 - 10.00
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