Mais uma vez despedido
Queirós enfrenta o deserto,
Olha a vastidão empedernido
Um caminho já seu conhecido
E avança de peito aberto,
Recapitula a velha rota
Que outrora percorreu,
Onde sofreu o orfanato
Cada vez que o patronato
Sua carreira interrompeu,
Carrega farnel e cantil
E diplomas de professor,
Dorme a coberto da noite
E por muito que se afoite
Tem Vénus por cobertor,
Sua cama são contratos
Que em tempos assinou,
E cartas de despedimento
Amarelecidas ao relento
Das luas que já contou,
No alforge o projecto
E na arca a tal temática,
Que é o cerne da questão
Do cofre a combinação
E do futebol a táctica,
Irá caminhando os dias
Por dunas e desfiladeiros,
Desportivo explorador
Do talento e do vigor
Aguardado por olheiros,
Não tardará muito Queirós
Terá outro contrato assinado,
Com um grande do desporto
Que por estar semi-morto
Pretende ser ressuscitado,
Lá vem o fim do deserto
Já Queirós limpa o suor,
E o projecto recomeça
Com uma nova promessa
De ir de pior para melhor,
E depois basta esperar
O despedimento futuro
Nova travessia no deserto
E o que é mais que certo:
- Porra! Queirós é duro!
9-9-2010
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